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10/04/2012
 
Dia de clássico: Marcelinho Carioca e Paulo Nunes relembram rivalidade
 

O jogo Corinthians e Palmeiras é um dos maiores clássicos brasileiros. Hoje, os dois clubes vão disputar a ponta do Campeonato Paulista. Em clássico, o difícil é apontar um favorito, ainda mais quando os rivais vêm embalados por vitórias. Na última quarta-feira, o Palmeiras derrotou o Coruripe na Copa do Brasil e o Corinthians praticamente garantiu a sua classificação na Libertadores, após vencer o Cruz Azul. Cléber Machado foi até o Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para conversar com dois ex-jogadores que foram grandes personagens desse duelo: Marcelinho Carioca e Paulo Nunes.

Antes de atuarem em São Paulo, Marcelinho e Paulo não tinham ideia da dimensão da rivalidade do clássico. Para os que não conhecem chega a assustar. Eles já haviam jogado em grandes clubes e participado de duelos difíceis, como os cariocas Flamengo e Vasco e Flamengo e Fluminense. Mas, para eles, nada se compara a Corinthians e Palmeiras.

- Nós dois começamos no Flamengo. Nós jogamos várias vezes Flamengo e Vasco e Fla-Flu. Mas lá no Rio é diferente, é mais leve. É claro que a torcida também cobra, mas é uma cobrança mais na brincadeira. Aqui em São Paulo é mais pesado. A disputa é acirrada e intensa – disse Paulo Nunes.

- Eu adorava jogar contra o Palmeiras porque o gol fica marcado para a história, assim como um grande lance – contou Marcelinho.


Marcelinho e Paulo falaram sobre a rivalidade no
futebol paulista (Foto: Paloma Fukusig / TV Globo)

Paulo Nunes já trabalhou com Luiz Felipe Scolari no Grêmio, formando dupla com Jardel, e depois no Palmeiras com o Oséias. Ele atuou no Verdão em uma fase muito boa. Ao olhar para Maikon Leite e Barcos, o ex-craque identifica claramente o trabalho de Felipão. Ele aprova as decisões do técnico, mas não consegue ver o Palmeiras como uma equipe forte.

-  Eu acho que, no campeonato paulista, o Palmeiras é a equipe mais fraca. Felipão está fazendo um trabalho maravilhoso. Ele está conseguindo tirar água de pedra. A equipe não é fraca, mas não deveria estar onde está. Mas é uma equipe bem fechada - afirmou Paulo.

Marcelinho teve uma passagem memorável pelo Timão. Foi campeão paulista, brasileiro, ganhou a Copa do Brasil e o Mundial de Clubes. Só não conseguiu levar o título da tão sonhada Libertadores.

-Quando nós perdemos para o maior rival, a cobrança veio muito forte. Era difícil aceitar que o Palmeiras tinha ganhado e o Corinthians não. Você pode falar o que for do Palmeiras que eles vão rebater dizendo que eles têm a Libertadores. E a gente fala que tem o Mundial. Fica sempre nessa implicância – lembrou o ex-craque do Timão.

Marcelinho vê o Corinthians de hoje com bons olhos. Ele acredita que o time tem demonstrado muita confiança no técnico Tite e identifica o grupo como bastante fechado e coeso.

- Quando o jogador olha o treinador e respeita, jogando como titular ou não, é um bom sinal. Como o Emerson, que está de fora. Ele tem três brasileiros seguidos e sempre foi titular. E as declarações dos atletas sempre dizem que o que o Tite fizer está bom. Dessa forma você consegue enxergar um time coeso - ressaltou Marcelinho.

Os jogadores relembraram a briga histórica entre os dois grandes times paulistas. Na final do Paulistão de 1999, com o Coritnhians já bem próximo do título, Edílson começou a brincar com a bola. A provocação deu início a um tumulto no estádio, que Paulo Nunes e outros atletas nunca esqueceram.

- Eu já tinha pedido para o Felipão para sair porque eu sabia que eles iam mexer comigo. Quando ele fez aquilo, veio o Juninho daquele tamanho querendo chutar o Edilson. Nossa, minha mãe cobrou de mim (por ter brigado). No outro dia nos encontramos, almoçamos juntos. Eu, ele e o Vampeta. Até hoje eu o respeito e admiro. Foi uma coisa errada que nós fizemos - lembrou Paulo.

Seleção canarinho

Os jogadores não se mostraram muito satisfeitos com o cenário do futebol brasileiro. Marcelinho e Paulo apontaram bons jogadores, mas acreditam que uma boa preparação é fundamental. Paulo jogou na Seleção na melhor época de Romário e Ronaldo e contou como era diferente o grupo da época.

- Na minha opinião, a Seleção tem que se preparar. Eu não consigo ver quatro grandes craques na equipe hoje. Eu joguei na Seleção por 22 minutos! Com o Ronado e o Romário disputando um com o outro para ver quem fazia mais gols, como ia arrumar lugar? Eu e Edmundo ficávamos no banco só rindo. Qual era a chance de entrarmos em campo? - brincou Paulo.

Marcelinho também acha que há poucos valores, principalmente na armação.

-Hoje, para alguém escolher o número oito ou dez é difícil. Tem o Ganso, que é diferenciado, muito bom jogador, de um nível lá em cima. Neymar é craque demais. Mas chegam atletas que você não sabe de onde vêm - disse Marcelinho.


Cléber Machado conversou com os craques no Museu do Futebol  (Foto: Paloma Fukusig / TV Globo)

 
 
 
 
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